Entre desabafos com os amigos, sessões de terapia e monólogos acelerados dignos de uma Gilmore que só Rodrigo estava lá pra presenciar, tenho repensado minha relação com a internet e de como sentia saudades de falar! sobre! sentimentos! em algum lugar menos autodepreciativo que o Twitter e mais escangalhado que o Instagram.
Ouvi que 2020 era o ano do podcast na mesma medida que li que este era o ano dos blogs. Ou seja, muito. Mas talvez seja menos sobre a plataforma que a gente adota e mais sobre ressignificar conexões e reencontrar sua voz nesse mundaréu. Me mantendo fiel à caricatura de mim mesma que sou, não poderia me contentar com um nem outro: cá estou voltando com o blog e com um projeto de possível-provável-futuro podcast (ainda sem nome, porque a editoria da vida é abraçar o caos).
Vamos ver o que vem por aí, não dá pra saber ainda. 2020 é o ano em que tá todo mundo tentando um bocado de coisas, inclusive não se sentir sozinho. Na maior parte das vezes, mais parece que tudo é um grande borrão disforme e está sendo bem difícil viver (pandemia! crise política! sistema neoliberalista! sensação de colapso da civilização! aquecimento global! a lista continua!).
A lista de coisas boas de 2020 da Mika foi um lembrete da promessa de que não iria apenas esperar o tempo passar “até as coisas melhorarem” e sim viver cada dia da melhor maneira possível, sem romantizar demais nem tampouco me alienar completamente. Talvez esse mantra já estivesse cozinhando dentro de mim bem antes. Em janeiro, antes mesmo da Taylor jogar Folklore pro mundo, a minha playlist desse ano (maravilhosa, modéstia à parte) já se chamava “I’m trying my best”.
Reuni em detalhes desnecessários as pequenas grandes coisas que deram sentido quando mais nada parecia fazer sentido: